Arquivo de Novembro, 2010

Miguel sorridente

O Miguel gostava de nadar na praia em frente da sua casa, mas esta estava infestada de tubarões e piranhas. Então, lembrou-se de vestir o seu fato de jogador da selecção: sabia que assim vestido as piranhas e os tubarões nem o tentariam apanhar, dado que todos torciam pela mesma selecção e um adepto de uma equipa nunca come outro adepto da mesma equipa. É uma questão moral básica, não é?

Menina muito sorridente

A Rita gostava da vida, porque sim.

“Paz e amor” eram o seu lema,

Nada para ela era um problema,

E a sua alegria não tinha fim.

Menina distraída

A menina do capuchinho vermelho estava apaixonada por um menino da sua classe e andava muito distraída. Por isso, quando a Mãe lhe pediu que levasse uns bolinhos à Avó, saiu disparada, sem pensar que ia ter de atravessar uma densa floresta e, eventualmente, deparar-se com o Lobo Mau, esquecendo-se assim do GPS e da fisga. Por puro acaso até levou o telemóvel, mas como não tinha rede, quando deu conta que estava perdida, não conseguiu ligar nem à Mãe, nem à Avó, nem ao Lobo Mau e ficaram todos muito baralhados, sem saber o que fazer. Eram 22h quando o Lobo Mau a encontrou, a dormitar debaixo de uma árvore, com a barriga cheia de bolinhos. Como já era muito tarde para ir comer a Avó (e além disso, já tinha jantado e não tinha muita fome), o lobo decidiu levá-la para casa. A Mãe agradeceu muito e telefonou depois à Avó que ficou muito contente por saber que a menina estava bem, mas muito chateada por ter ficado sem bolinhos.

O menino e o porquinho

O Ricardo ensinou o porquinho Paulo a nadar na banheira da sua casa. O porquinho Paulo gostou muito de aprender a nadar bruços e mariposa. Depois foi a vez do porquinho Paulo ensinar o Ricardo a mergulhar na sua poça de lama. O Ricardo gostou muito de aprender a mergulhar de cabeça.

Menina das tranças

Quase toda a gente achava que a Inês era muito parecida com a Pipi das Meias Altas. Mas a Inês sabia que isso acontecia porque tinha duas tranças espetadas, sardas e usava umas meias engraçadas. Às vezes punha-se a pensar como seria se fosse baixinha, com cabelos pretos e corresse com os braços abertos: toda a gente a acharia parecida com a Heidi. Ou se fosse loira, baixinha e com bigode: toda a gente a acharia parecida com o Asterix. Ou se fosse verde, flatulento, com mau hálito e nariz de batata: toda a gente a acharia parecida com o Shrek. Assim, sempre que se punha a pensar nessas coisas, a Inês ficava contente por ter duas tranças espetadas, sardas e usar meias engraçadas.

Ups!

Num belo dia de sol, dois irmãos navegavam nos mares profundos, até que encontraram uma ilha. Infelizmente encontraram também uma piranha e um tubarão que os convidaram para uma corrida. Apesar de desconfiados, aceitaram. Foi um jogo duro, em que a piranha acabou por vencer. O tubarão ficou chateado, amuou e comeu-a. Os irmãos tiveram de fazer muitas cócegas na barriga do tubarão, para este deixar sair a pobre da piranha. No fim do dia foram jogar à macaca para a ilha e deixaram o tubarão ganhar.

Laura e as estrelas

A Laura gostava muito da noite, porque era de noite que o céu se cobria de estrelas. E Laura gostava muito da presença brilhante e silenciosa das estrelas. Assim, antes de ir para a cama, corria sempre para o ponto mais alto do seu jardim, para desejar boa noite àqueles pontinhos no céu. Levava consigo o seu cãozinho fiel. Ficavam uns segundos a contemplar o firmamento, e sentiam-se em paz e muito felizes. Sempre que viam estrelas cadentes pediam desejos. Sempre que viam pirilampos o cãozinho pensava que eram estrelas pequeninas. Sempre que a Mãe fazia ovos estrelados, recusavam-se a comê-los, por solidariedade com as estrelas.

A índia Amélia

Amélia, a Indiazinha, acordou bem disposta. Estava um dia lindo de sol, era fim de semana e ia poder passar o dia a correr nos campos com os amigos, e a fazer a sua actividade favorita: ler as histórias que as nuvens tinham para lhe contar. Jogaram à apanhada, às escondidas, à Wii e depois do almoço, deitaram-se todos na relva verde e fresca, e começaram as suas leituras. A primeira história que as nuvens lhes contaram começava assim: “Amália, a Indiazinha, acordou bem disposta.”

Dia de chuva


A Marta adorava chuva. Aproveitava os dias de temporal para dar longos passeios, jogava à macaca debaixo de violentas intempéries e sempre que chovia tentava convencer os Pais a fazer um pic-nic. Quando cresceu comprou um impermeável novo e foi viver para Inverness, onde se tornou designer de chapéus de chuva.

Joana, a acrobata

Quando era pequena a Joana foi ao circo e ficou maluca com as acrobacias. Assim, acordava com os pés atrás do pescoço, ia para a escola a fazer o pino, entrava na sala de aula com um mortal, almoçava a fazer flexões e via televisão a fazer a ponte. Uns anos mais tarde foi a outro circo e ficou maluca com os palhaços. A partir daí, continuou a fazer acrobacias, mas começou também a fazer macacadas e a dizer piadas a toda a hora. Mas o pior de tudo quando foi ao circo pela terceira vez e ficou maluca com os leões. Comeu os vasos lá de casa, um sofá e o vizinho da frente e todos os dias rugia furiosamente ao pobre do carteiro.